A
dança Afro trazida pelos escravos no período colonial, com o passar dos séculos,
passou por algumas modificações e agregações culturais. Ainda assim, não é uma
modalidade muito conhecida pelos brasileiros. Nos dias atuais ainda se percebe
o preconceito com relação à dança afro, subtende-se que é somente proveniente
do candomblé e que é uma dança que só cultua os deuses africanos. De fato, a
dança afro surgiu na áfrica, o ritmo africano atravessou o oceano e
veio enriquecer a cultura brasileira. Nas senzalas, onde os negros se reunião e cultuavam
os santos utilizando nomes diferentes, pois não era permitido pelos senhores de
engenho que o negro tivesse a mesma religião dos brancos.
Os registros mais antigos falam de
dança nas procissões e danças promovidas por irmandade de negros na forma de
cortejos que acompanhavam reis africanos eleitos no interior das irmandades
negras.
Em gravuras expostas por Carlos
Julião e Jean-Baptiste Debret mostram grupos de negros ricamente vestidos a
desfilar com instrumentos africanos acompanhando um rei e uma rainha,
acompanhado de danças e música. Nessas gravuras, nos instrumentos, nas atitudes
e gestos dos personagens a interseção da cultura africana trazida pelos
escravos com os padrões religiosos cristão da cultura do colonizador, além de
revelarem o papel importante do negro e de suas tradições, revelaram também a
beleza africana.
As
danças cerimoniais, competitivas e guerreiras, as danças litúrgicas eram
realizadas ao som de instrumentos de percussão que desempenhavam um papel de
grande importância. Os negros criaram danças e lutas, associadas a uma
cerimônia que recebem denominações diferentes, conforme a região: N’Angolô (em
Benguela), Cambangula (na região de Huíla, sul de Angola) e Bassula (em Luanda,
capital ao norte). Todas impulsionadas e fundamentadas na vontade de crença e
libertação. As manifestações religiosas trazidas pelos africanos à maioria
delas eram representadas em forma de danças, que hoje tem a denominação de
danças-afro. Essa manifestação é considerada uma das mais antigas, praticadas
pelos seres humanos. Ela não só ainda está viva, como em pleno processo de
desenvolvimento.
Pode
ser definida como uma dança ritmada e forte embalada ao som de toques de
atabaque, coreografada com movimentos intensos e cadenciados, com movimentos de
expressão corporal, além de movimentos vibrantes que representam alguns
elementos da religiosidade africana, inspirados nas tribos africanas que
migraram pro Brasil.
imagem retirada do sitio http://dancemnd.blogspot.com.br/2011/01/danca-afro.html as 22:24hs