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domingo, 8 de abril de 2012

Pequenas Observações - por PEDRO PAULO

Eu poderia escrever sobre mim, mas vou escrever sobre você. E você pode ser qualquer pessoa. Você odeia essa sensação que te aperta o peito à espera de. É estranho, pois tudo começa da mesma forma: alguns olás, sua vida escapando por entre os dedos, mãos que se falam juntas e de repente você está ali, de frente pra alguém, alimentando-se em doses não tão homeopáticas assim de outra pessoa.
Por vezes ainda não aconteceu nada, só aquele leve cortejar, ou sinais que passam despercebidos no seu grupo - mas não entre vocês dois. É como se naquela fração as almas entrassem em contato e se dispusessem uma à outra, como se permitissem àquela sensação forasteira adentrasse seus pedaços iniciando um pequeno processo de construção conjunta, de uma obra de arte silenciosa, feita à dois.

Esse momento é o de maior angústia. O permitir-se construir com alguém, sabe? No início você acha engraçado, diferente, mas de repente te invade, e te põe à volta com suas cicatrizes e seus medos e suas paranóias. A possibilidade de de ser feliz se torna ponto de preocupação. Saber que você pode se envolver, e de repente - BOOOM - do êxtase, do prazer, da euforia ao caos, à ira, à loucura - tanto construtiva quanto destrutiva. E aí?

E aí que a felicidade é assustadora. Apesar de aguardada, apesar de ansiarmos por ela, o poder que essa possibilidade tem de mexer com o nosso interior é absurda. É uma quimera. Decifra-me ou devoro-te, sem meias palavras. Tem uma porta se abrindo, baby... Vai encarar?
 
 
 
 
 
 
 
Pedro Paulo é estudante, escritor, pensador nas horas vagas e poeta quando a inspiração vem. Há 14 anos vive na Bahia, terra que o inspira e onde nasceram seus primeiros versos. Escreve atualmente no blog www.pedropaulo.blogspot.com  

 
fonte da imagem: http://catapop.blogspot.com.br/2010_11_01_archive.html