Senhoras
e senhores ministros de Estado. Ao cumprimentar a ministra Gleisi Hoffmann, da
Casa Civil, e a ministra Marta Suplicy, da Cultura, eu cumprimento todos os
ministros aqui presentes.
Saúdo
também, as senhoras e os senhores senadores Eduardo Braga, líder do governo no
Senado; Fernando Collor, ex-presidente da República; Ângela Portela; Benedito
de Lira; João Ribeiro; Pedro Taques; Eunício Oliveira; Randolfe Rodrigues;
Rodrigo Rollemberg; Walter Pinheiro; Roberto Requião; Gim Argelo; Renan
Calheiros; Aníbal Diniz; Ciro Miranda e Lídice da Mata.
Cumprimento
as senhoras e os senhores deputados federais aqui presentes: Janete Pietá;
Vicente Cândido; Milton Lima; Jandira Feghali; Paulo Teixeira; Alessandro
Molon; Paulo Ferreira e Gilmar Tatto.
Cumprimento
os representantes aqui da produção e da difusão cultural e todos os artistas e
agentes culturais aqui presentes.
Cumprimento
também, as senhoras e os senhores jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas.
Eu
queria inicialmente dizer e começar por um agradecimento. Quero dedicar esse
momento a agradecer a colaboração da Ana de Hollanda neste período em que
esteve conosco no governo.
Eu
sei que nem sempre foi fácil. Mesmo porque esta experiência que é o exercício
de uma atividade no governo, raramente é fácil. Mas agradeço de coração por sua
lealdade, pelo sacrifício da vida pessoal, pela maneira estoica com que
enfrentou as pressões, muitas vezes injustas e excessivas. Agradeço, sobretudo,
a dedicação com que cumpriu o seu papel. O governo será eternamente grato à sua
atuação à frente do Ministério.
Gostaria
de dizer a vocês que eu estou consciente que a riqueza e a diversidade cultural
são traços marcantes do nosso país, do nosso Brasil. Todo país, que é uma
nação, tem como base da sua identidade, sua cultura. E no nosso caso, valorizar
a diversidade cultural, valorizar e respeitar o fato que temos regiões
culturais diversas que às vezes correspondem a um estado, às vezes são menores
que um estado ou às vezes até maiores. Respeitar essa diversidade cultural é essencial
para que nós possamos construir a nossa nacionalidade.
Muito
feliz foi a imagem da ex-ministra Ana de Hollanda ao falar de uma viagem como
se fosse uma experiência cultural, a experiência cultural como uma viagem pelo
Brasil. Talvez, seja mais correto falar em viagem do que nós pensarmos numa
soma de experiências. Na verdade, a diversidade cultural do Brasil é um caminho
de construção da nossa nacionalidade.
A
nossa atuação na cultura, ela tem sido pautada por três grandes princípios:
democratizar o acesso da população à produção cultural; garantir o
financiamento contínuo, a circulação da produção cultural; e ampliar o
financiamento da cultura, tendo clareza que nós temos como papel ampliar cada
vez mais o espaço cultural e garantir que a cultura seja um mecanismo de
celebração da vida na medida que permite, também, que nós construamos
diferentes mundos e esse é o papel da diversidade cultural.
No
caso do Ministério da Cultura, nós temos tido uma experiência importante,
começando com o ministro Gil, passando pelo ministro Juca, pela ministra Ana de
Hollanda. E eu tenho certeza que a senadora e ex-prefeita, a minha amiga e
companheira Marta Suplicy está à altura do papel de levar à frente o Ministério
da Cultura, transformando, a cada momento, a cultura numa prioridade central do
meu governo.
A
ministra Marta tem, pela sua experiência, mas, sobretudo, pela sua força, pelos
seus compromissos, os mais diversos, e pelo seu olhar não preconceituoso, pelo
seu olhar capaz de acolher diferentes manifestações da civilização e da
sociedade brasileira, tem condições plenas de levar à frente essa tarefa que é
transformar cada vez mais a cultura num centro de articulação de todas as
grandes políticas do nosso país. E uma nação [não] se afirma sem que a sua
cultura seja celebrada e sem que ela tenha oportunidade de se manifestar.
No
que se refere às condições materiais para a realização dessa tarefa na proposta
orçamentária que enviamos ao Congresso Nacional, a ministra Marta Suplicy vai
receber um orçamento que em 2013 chega a R$ 3 bilhões, aos quais se somam
outros R$ 2,2 bilhões que podem ser mobilizados pelas leis de incentivo.
Trata-se de um aumento de 65% em relação ao orçamento de 2012. Esse é um legado
importante que a ministra Ana de Hollanda deixa para Marta Suplicy. Mas este
não é um movimento isolado, porque no governo o orçamento do ministério cresceu
115% e os recursos do Fundo Nacional de Cultura foram ampliados em 159%.
Certamente todos os militantes e gestores da área de cultural querem mais. Não
tenho dúvidas que a cultura brasileira merece mais. Mas temos feito no meu
governo e no do presidente Lula muito do que é o desejo da nossa área cultural.
Tenho
consciência que temos ainda de perseguir cada vez mais uma ampliação, eu não
digo só dos recursos, mas fundamentalmente das atividades que fazem com que a
aplicação desses recursos se voltem como bens, tanto para aqueles que trabalham
especificamente na área cultural quanto para toda população brasileira que dela
usufrui.
Esse
nosso compromisso será facilitado, e muito, a partir da aprovação pelo
Congresso Nacional do Sistema Nacional de Cultura, relatado pela ministra Marta
Suplicy. Essa é uma excelente notícia que a cultura brasileira recebeu ontem.
Queria
dizer que nós sabemos que uma das questões mais importantes é o acesso à
cultura. É impressionante que muitos brasileiros e brasileiras jamais tenham
chegado a um cinema, a um teatro, jamais tenha usufruído dessa criação humana,
que é as atividades culturais, as mais diversas possíveis.
Nós
julgamos que a democratização e o acesso à cultura, em suas mais variadas
formas de expressão – cinema, teatro, biblioteca, museu, acesso a internet, a
livros, a revistas – é uma das coisas mais importantes para se agregar à
questão democrática, à questão civilizatória. E faz lembrar aquela música dos
Titãs, que diz: “A gente não quer só comida; a gente quer comida, diversão e
arte”.
E
eu queria destacar algumas questões. As praças dos esportes e da cultura, que
estamos construindo por todo o Brasil, o apoio aos pontos de cultura, a
inclusão digital, o Plano Nacional de Banda Larga são alguns exemplos de ações
que irão democratizar o acesso à cultura. Sobretudo é preciso para isso,
também, reforçar a produção de cultura em nosso país. Dar as mais amplas
condições para que o nosso povo produza e pratique cultura. Vamos continuar
perseguindo, com obstinação, o plano de levar uma biblioteca a cada cidade
brasileira.
Mesmo
que a banda larga tenha e dê acesso a um livro digital, nada pode substituir a
experiência de ter um livro nas mãos e de lê-lo. Recuperar o nosso patrimônio
histórico, museus, bibliotecas e as nossas cidades históricas é não só manter a
nossa memória, celebrá-la, mas também é valorizar todas as manifestações
históricas do nosso povo.
As
grandes filas que têm se formado para visitar algumas exposições recentes, como
a de Caravaggio, a dos pintores impressionistas, demonstram que boas
iniciativas, desde que bem organizadas, empolgam e atraem os brasileiros de
todas camadas sociais, que dão vida e relevância aos museus.
Nós
temos de consolidar nossos museus, assegurar que eles estejam abertos para nós
e para todos aqueles de outros países que nos visitam. Por isso, também, as
nossas cidades históricas, que são museus vivos, têm de ser preservadas,
recuperadas e valorizadas, pois guardam em suas ruas e prédios a história de
nosso povo. Desde São Luís – não é, presidente Sarney? – que hoje completa 400
anos, passando por Ouro Preto e todas as cidades que nós sabemos, como a Bahia,
representam a experiência e a história brasileira. Por isso, nós vamos investir
um bilhão de reais no PAC Cidades Históricas, para recuperá-las.
Eu
queria, também, destacar a aprovação da lei do audiovisual, que permite que o
Brasil, a partir de agora, tenham de fato um grande fomento nessa área e que
crie uma indústria e que crie tanto uma experiência de produtores culturais
autônomos e independentes até uma indústria cultural sofisticada. Aliás, um
produtor cultural independente pode ser uma grande indústria sofisticada, por
isso, nós sabemos que a cultura também é fonte de riqueza econômica.
Sabemos
que a cultura é uma parte muito expressiva do nosso PIB. Daí porque eu fico
muito confortável e coloco na ministra Marta Suplicy esse desafio. Eu tenho
certeza que a Marta vai, não só dar conta de tudo isso, mas também, praticar a
cultura no seu ministério, inventando outras artes. Inventar outras artes é
algo que a experiência da ministra Marta Suplicy dá sustentação para a sua
atividade.
A
ex-ministra teve uma experiência desafiadora quando dirigiu a prefeitura de São
Paulo. Levar através dos CEUs para milhões de cidadãos paulistanos atividade
cultural está à altura da experiência também que é necessária para exercer o
cargo de ministra da Cultura.
Por
isso eu tenho certeza, Marta, que você traz para o cargo duas grandes
experiências e múltiplas qualidades que serão muito úteis para o meu governo.
Eu tenho certeza que mais do que útil, para você, será muito útil para mim.
Tanto é que eu te disse: Eu não peço só a Deus. Eu peço a você que coordene a
área da cultura, trabalhe por ela e leve ela à frente.
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