A artista plástica Jane Hilda
abre em 16 de setembro, às 18.30 horas, na Galeria do Teatro Municipal de
Ilhéus, o portal do JARDIM DAS FLORES.
Seu mundo é mágico, nele, o inusitado, o lúdico e o místico se encontram
em meio a cores e formas. Primitivista e detentora de traços naif, Jane Hilda realiza sua primeira
exposição individual que se estenderá de 16 a 29 de setembro. No “Templo do Arco-Íris”, uma de suas telas,
a benção do Sol.
É isso mesmo, suas telas, ao todo
40, levam o público por caminhos distintos e individuais, subjetivos e
específicos, assim como, por estradas largas e coletivas onde todos se
encontram. Usando simbologia, Jane Hilda
pinta a natureza com a beleza que seu coração enxerga. A espiritualidade é marcante.
O Menino Jesus nas mãos de Nossa
Senhora é tocante. Em “Morada da Lua”, a suavidade e o conforto da natureza. O
encanto se manifesta sob os traços de Jane Hilda, carioca de nascimento, mas, filha
de tradicionais famílias de Ilhéus, os “ Bastos Mendonça” e “Badaró”, essa
última, retratada em livros de Jorge Amado. O passado se transforma.
A tradição, os fundamentos
religiosos do povo brasileiro se encontram em meio a flores que dançam e
conversam. É para chamar essa sensibilidade e reforçar o inconsciente coletivo
que ela pinta. “ Todas essas forças estão dentro de nós mesmos e na própria
natureza” – garante. “As pessoas poderão se ver nas telas”.
E é essa mesma natureza que se
transforma em ballet nos pincéis da artista.
“A Rosa Encantada” saúda a “Mãe D`Água” “Quando Gira o Sol”. O artista
plástico e ator grapiúna José Delmo, , comentou: “ que bom que a primavera
chegou carregada de flores e cores pelo pincel da primorosa artista plástica”.
Também o artista plástico, músico
e professor de Direito, Sérgio Ramos, avalizou:
“ as pinturas de Jane Hilda apresentam forte tendência emotiva,
sentimentalista e com unidade de estilo. A depuração das formas concretas
transforma os elementos do imaginário humano em amadurecimento no trato
artístico. Cria no expectador a vontade de apreciar simultaneamente todo o
conjunto da obra”.
A exposição tem o apoio cultural
da Fundação Cultural de Ilhéus, Arte Digital, Delícias Caseiras e Biboca
Master.
Relação de algumas telas em exposição
Aclamação, Prisma de Luz, Rosa da
Vida, Morada da Lua, Quando Gira o Sol,
Onde Reina o Girassol, Jardim das Flores, Templo do Arco-Íris, Sob a
Estrela do Norte, Beijando a Rosa, A Coroa, Saudação, Cósmica, Lilás, Serena,
Conforto, De Sol e de Lua, Zelando com Amor, Ternura, Beija-Flor, A Rosa Encantada,
Tá caindo fulô, Mãe D”água, Encantamento, Rosa do Mar, Por si Sol, Conversa das
Flores, Ballet da Natureza.
Trajetória
Jane veio para Ilhéus (BA) aos
nove meses. Adolescente participa do movimento teatral da cidade, na época,
efervescente. Chega pelas mãos do diretor
Pedro Matos, protaconiza a Mãe Dágua, na peça “ Lampiaço, o Rei do Cangão”, e performance em “Máscaras em Procissão”. A
música e a poesia também a atraem. Tem participações em shows e coletâneas
regionais. Em 1983 integra coletiva “Janelas
Abertas” na Galeria do Teatro Municipal de Ilhéus. Pintava em preto e branco.
Dedicava-se também ao jornalismo como uma das editoras da ILHÉUS REVISTA,
patrimônio da família, ao lado da mãe Janete Badaró e dos irmãos Jane Kátia e
Beto Badaró.
A Ilhéus Revista marcou tempo e
hoje é importante fonte de pesquisa sobre a vida cultural, social e econômica
de Ilhéus entre as décadas de 70 e 90. Janete Badaró é da Academia de Letras de
Ilhéus. Publicou os livros “Máscaras em Procissão” e “Momentos”. A Ilhéus Revista teve como articulistas
profissionais e pensadores do porte de:
Valério de Magalhães, Jonildo
Glória, Roberto Rabat, Roberto Santana, Maurício Maron, José Aderven, Cyro de
Matos, Josevandro Nascimento, Maurício
Corso, Raimundo Sá Barreto, Marlove Quadros, Anísio Cruz, Ana Virgínia
Santiago, Pedro Matos, Gilton Bomfim, Charles Henri, Tinô, Maria José Brandão,
Wilson Rosa, Ruy Carlos Carvalho, Barão de Popof, Jamil Ocké, Francolino Neto, Jane Suely, José Carlinhos,
Macalé, Hans Schaeppi, Yolando Souza,
Vily Modesto, Alberto Hoisel, Baísa Nora, Maria Luíza Heine, Dorival de
Freitas, dentre tantos outros.
Jane Hilda atuou ainda como
assessora de Imprensa da Fundação Cultural de Ilhéus, sob coordenação de
Raymundo Pacheco Sá Barreto. A equipe da FUNDACI era formada por Maurício
Corso, diretor do Teatro Municipal, Pedro Matos, Maria Schaun, Pawlo Cidade,
dentre outros. Em 2000 inicia a série
“Jardim das Flores”, com exposição na Casa dos Artistas de Ilhéus.
Formada em Direito em 1991,
obteve o título de Mestre em 2003. É advogada e professora concursada da
Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC. Hoje é coordenadora do Núcleo de
Prática Jurídica/Escritório Modelo da UESC. Antes atuou como coordenadora do
Colegiado do Curso de Direito da UESC e foi coordenadora editorial da Revista
Jurídica DIKÉ. Por 10 anos tais atividades a mantiveram distante das tintas,
telas e pincéis.
A inspiração contida explode em
2011 ao reiniciar a série “Jardim das Flores”, título dessa exposição. Autodidata, sua arte é livre, pura. Mergulha no imaginário, no místico e no
espiritual, legítimas fontes de inspiração.
Usa cores fortes e vibrantes, traços primitivos e estilo figurativo. As
telas de Jane Hilda são, antes de tudo, a expressão de seu espírito.
Texto: Jornalista Paulo
Mourão
MG 03.071 -JP
23/08/2011
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