Como grande novidade da edição deste ano, está o fato de
que cada proposta selecionada irá realizar três apresentações, em locais
diferentes. Antes, era uma única apresentação na Sala do Coro do TCA ou no
Espaço Xisto Bahia, quando do início do projeto. Com a mudança, o Quarta que
Dança diversifica seus circuitos de atuação, ampliando o alcance e a
acessibilidade de públicos distintos. Também com isso, o cachê ofertado aos
contemplados cresce, fazendo o total de recursos financeiros disponibilizado
aumentar – serão R$ 100 mil assim distribuídos: sete Espetáculos (cada um
recebendo cachê total de R$ 8 mil); duas Intervenções Urbanas e dois trabalhos
de Dança de Rua (cada um com cachê total de R$ 6 mil); e quatro Trabalhos em Processo
de Criação (cada um com cachê total de R$ 5 mil). Na edição 2009/2010, o
montante concedido foi de R$ 87 mil; em 2008, foi de R$ 76 mil.
Assim, durante três meses, todas as quartas-feiras serão
ocupadas por sessões do Quarta que Dança,
que têm valor de ingresso de R$ 2 (inteira), quando nos palcos, e de acesso
gratuito, quando em espaços públicos. E não apenas Salvador está no roteiro: a
proposta selecionada do interior do estado (o espetáculo Aluga-se um Coração, de Juazeiro) fará apresentações em Paulo Afonso (16 de
novembro) e Juazeiro (23 de novembro), chegando à capital em 14 de dezembro
para ocupar a Sala do Coro do TCA.
O projeto Quarta que Dança, que visa à difusão da dança em suas diversas vertentes e ao
estímulo à pesquisa e à produção coreográficas na Bahia, surgiu em 1998 e, ao
longo destes anos, proporcionou a montagem de mais de 150 apresentações de
variados grupos e propostas artísticas. Em 2007, as inscrições passaram a ser
feitas exclusivamente via edital, em duas categorias – além dos tradicionais Espetáculos
de Dança, deu-se espaço para os Trabalhos em Processo de Criação, com objetivo
de estimular o debate em torno dos processos construtivos. No ano seguinte,
2008, as outras duas categorias foram criadas: Intervenção Urbana e Dança de Rua,
ampliando as possibilidades estéticas abrigadas e levando o Quarta que Dança
também para as ruas da cidade.
Gráfico Planificado da Violência, intervenção urbana de Fernando Lopes
Sinopse: Quantos corpos foram ao chão de
Salvador sem vida esse ano? Que corpos invisíveis são esses que estão no nosso
meio, modificando a maneira como entendemos a segurança em Salvador e nos
colocando de cara com nossos medos? “Gráfico Planificado da Violência” surge
destes sentimentos de apreensão e medo, e dos crimes e mortes que têm assolado
Salvador nos últimos anos. Sob a concepção e direção de Fernando Lopes e apoio
da Cia. Obcena de Artes e parceiros, o trabalho pretende “planificar” o índice
de assassinatos ocorridos em Salvador no primeiro semestre de 2011, pintando
marcações de corpo nas ruas de Salvador, interferindo assim no espaço urbano e
na maneira como a população experiencia as ruas. Além de Fernando Lopes, a intervenção
tem os performers Aline Vallim, Begoña Cruz, Camila Correia, Dayse Cardoso, Inaê
Moreira, João Weber, Jossana Gamba, Luna Dias, Roberta Rox e Thiago Enoque.
Apresentações (9
horas; Gratuitas):
21/9: Ruas do entorno do Centro
Cultural Plataforma
28/9: Ruas do entorno do Largo do Campo
Grande
5/10: Ruas do entorno do Cine-Teatro
Solar Boa Vista
Single, espetáculo
de Leo França
Sinopse: O single pode ser uma “música de
trabalho”, uma versão remixada, experimentação radical, faixa exclusiva, apresentada
individualmente ou em álbum, uma canção viável comercialmente... Nas versões de
single aqui apresentadas, compõe-se cada objeto performativo ou coreografia
objeto como uma canção autônoma. As possíveis conexões ou circuitos ativados
por esses singles performativos não buscam unificar um espetáculo/álbum, mas
antes produzir uma dispersão criativa que constrói um universo poético
urbano-oceânico. “Single” faz parte de uma série de performances (corporais,
textuais, videográficas...) criadas com os muros e ferros de proteção comuns
nos domicílios de Salvador. A partir desses elementos do tecido urbano
soteropolitano, são desenvolvidas estratégias de camuflagem, confundindo o
corpo à geografia da cidade para atravessar fronteiras estético/políticas.
Nessa dança-camuflada, objetos sólidos e violentos ganham fluidez e
movimentação como numa maré, desorientando suas referências. Criado, concebido
e performado por Leo França, também responsável pelos objetos coreográficos, o espetáculo
tem como Clara Trigo, Ellen Mello e Neto Machado como colaboradores.
Apresentações (20
horas; R$ 2 – inteira):
21/9: Sala do Coro do TCA
28/9: Cine-Teatro Solar Boa Vista
5/10: Centro Cultural Plataforma
Trilhas Urbanas, espetáculo de Leandro de Oliveira e João
Rafael Neto
Sinopse: No espetáculo “Trilhas Urbanas”,
dois dançarinos-criadores, Leandro de Oliveira e João Rafael Neto, se valem de
técnicas de “Le Parkour” para compor e executar a coreografia numa exploração
espacial de um cenário mutante que remete ao ambiente urbano, tanto em seus
aspectos físicos quanto sociais. Para isso, são trazidos ao palco materiais que
são comumente encontrados nas ruas de Salvador e em qualquer outra metrópole. Com
sua coreografia e movimentos, os dançarinos propõem uma reflexão sobre esse
espaço urbano que nos cerca cotidianamente e sobre as intensas mudanças que
muitas vezes nos passam despercebidas. Crescimento desordenado, verticalização
da cidade, surgimento de novas construções, função social da cidade, direito a
um ambiente sustentável, equidade social e os atuais princípios do Plano
Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) de Salvador são alguns dos temas
incorporados, de alguma forma, à criação e interpretação do espetáculo “Trilhas
Urbanas”, que tem Bárbara Barbará como assistente de coreografia, Marcos Dede
na iluminação e Caio Andrade e Vanie Sena na produção.
Apresentações (20
horas; R$ 2 – inteira):
21/9: Cine-Teatro Solar Boa Vista
28/9: Centro Cultural Plataforma
26/10: Espaço Xisto Bahia
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