
Eu não imaginava que ia gostar tanto de Ilhéus. A cidade é linda. São
muitos os prédios e casas Art Nouveau e Art Deco preservados. A cidade
foi imponente, teve um passado grandioso. O mais incrível é ir ao
lugares que inspiraram Jorge Amado em “Gabriela”. No primeiro dia,
jantamos no Bataclã. Hoje é um restaurante. Mas no passado foi um
bordel, comandado pela Maria Machadão, que realmente existiu!
Tem também o Vesúvio, bar do turco Nacib, que se apaixona por
Gabriela. E as casas dos coronéis. Jorge Amado se inspirou em coronéis
que realmente existiram! Por isso mesmo quis conversar com descendentes
das antigas famílias do cacau. Uma das pessoas mais interessantes que
encontrei foi dona Maricy, neta de um importante coronel. Além de
pianista, ela conheceu de perto Anita Malfatti, Oswald de Andrade… e
tocou um pouco de piano para mim!
Eu e dona Maricy
O processo criativo de um autor exige que se converse com pessoas.
Ouvir memórias é muito estimulante. Muitas vezes quando alguém me
pergunta como se começa a escrever, eu respondo:
– Ouça as pessoas!
Conheci outros descendentes das grandes famílias do cacau. Foi
maravilhoso me aprofundar no universo de Jorge Amado e de Gabriela!

Ah, sim, e ainda foram vários e deliciosos acarajés! O Acarajé da Irene em Ilhéus é de derreter na boca!
Mas tudo isso foi uma homenagem a Gabriela que, afinal de contas, era
uma cozinheira de mão cheia, segundo o romance de Jorge Amado. Não comi
por gula, mas por motivos profissionais. Para entrar no clima!
O resultado foi esse. Quando chegamos numa antiga fazenda, quis me pesar na também antiga balança de cacau. Eis a foto!
Bem….da parte culinária já sei tudo! Agora só falta escrever a novela!
Juro: vou sentir saudades de Ilhéus. Queria voltar lá, ficar um bom
tempo. O povo é acolhedor, a cidade linda. E tem praia. Precisa mais do
que isso?
fonte: www.r2cpress.com.br