Chega as lojas o CD, “SIMPLES”, do músico baiano, SÉRGIO DI RAMOS. Autor e
intérprete, procura tratar temas áridos
com leveza e sutileza incomum. Tem a marca do artista: sensibilidade. Natural
de Itabuna vive em Ilhéus. DI RAMOS
passeia com desenvoltura por estilos musicais distintos. Do samba, ao blues, do
frevo a balada, da bossa a ao rock, faz música pop conceitual. Trata-se de
trabalho a altura dos grandes nomes da MPB.
Artista maduro, em suas letras satiriza, inventa, emociona.
Tanto toca o coração quando provoca reflexão. O Brasil e sua gente, riquezas e
espoliações, méritos do povo e seus espúrios dirigentes são temas recorrentes. Tudo feito
com graça, ironia fina e espanto. Culto, professor da Faculdade de Direito, homem ligado às questões ecológicas,
SÉRGIO DI RAMOS chama por Galileu:
“Dizem por aí, a terra é uma bola quadrada, ela não é
redonda, cafona, cafona, vixe Galileu! A terra é uma bola de fogo queimando as
tripas e tá quente! Tá quente! A terra é uma bola de fogo que desce a ladeira
do Pelô!”. Salve a Bahia! A canção LUAR SERTÂNICO nos remete aos blues cantados por Gal nos idos de 70. Não se
trata de saudosismo, é o que é, e é muito bom!
O inusitado.
Em PIRATA VIL, a poesia explode em meio a secura do capitalismo brasileiro: “Como
poderemos ser cobiçadores, caçadores do novelo da vida roubado, assaltados,
contrabandeados para um lugar qualquer?
Ativos de mão em mão se vão de caminhão, de trem, de avião.” O artista se defende com poesia:”Com um fio de
cabelo em mim, ou uma perninha de cupim com gosto e cheiro de carmim”. Ele
arremata: “pirata de navio ou de terno vil, da vida que rouba até o pio do
passarinho”.
Impecável
A qualidade técnica do CD
“SIMPLES” é impecável. O artista sabe explorar com parcimônia seus
recursos vocais, é suave, ácido e agreste. Cercou-se de músicos e arranjadores
de qualidade. Em Itabuna contratou Fernando Guimarães, do Estúdio IAN e o arranjador Adilson Vieira. Em São Paulo, o
Estúdio Luiz Ribeiro convocou para as gravações o percussionista Vitor
Candelária, Rui Martins para os metais
(sopros) e o próprio violão de Luiz Ribeiro. Nos vocais: Solene Reis, em
Itabuna e Tatiana Parra em São Paulo.
Distribuição
“SIMPLES” tem distribuição nacional. O trabalho chega ao
mercado com o aval da MCK e da rede de lojas da Livraria Cultura, com sede em
São Paulo. SÉRGIO DI RAMOS alça vôo distante. Navega também pelo Atlântico. Ele
sabe dos truques e esquemas do mundo virtual
e canta: “Vida virtual, não é lúdica. Estúpida, é o fim. Vida virtual
engana, você não é o bacana como diz. Vida virtual é sacana e todo mundo pede
bis...”
O samba-bossa que dá nome ao CD, SIMPLES, inscrito na Mostra
de Samba de São Paulo, evento que durante todo mês de janeiro próximo
mobilizará sambistas de todo País, foi classificado e o CD SIMPLES será lançado com gala na megalópolis
brasileira. SÉRGIO DI RAMOS tem tudo pra agradar a “gregos e baianos”.
Em PALAVRA, outro samba, um lamento: “palavra pode ser um
gesto, quem sabe um latido, um grito ardido ou perdão ... palavras com versos
cortados jogados ao chão ...” Parabéns Bahia! Parabéns Brasil! O samba continua
vivo e tem cara nova, sutil, ensolarada e prateada pela Lua do coração de
SÉRGIO DI RAMOS!