“Quando
a gente pensa cultura, a gente não pode pensar em limites territoriais, limites
do pensar e limites de política partidária. Cultura é o que interessa nessa
festa, na cabeça de quem cria e tem talento”. Com essas palavras a diretora-presidente
da Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania - Ficc, Sandra Ramalho, abriu a
noite de lançamento de livros da Série Diálogos ocorrida no último dia 19 em
Itabuna.
O
evento, que aconteceu na sede da Fundação, foi animado por um sarau regado a música,
teatro e poesia e atraiu várias personalidades da esfera artística e cultural do
eixo Itabuna-Ilhéus, consolidando a nova geração de poetas grapiúnas que
tiveram suas obras publicadas pela Mondrongo Livros, editora do Teatro Popular
de Ilhéus.
Ao
todo quatro livros de poesia foram lançados, sendo eles: “Inúmera”, de Daniela
Galdino, que discorre sobre o universo feminino, os vários aspectos que
permeiam a mulher como a infância, o erotismo, a velhice e memória; “Quintais do
Tempo”, de André Rosa, que fala sobre a trajetória pessoal e humana do autor
enquanto indivíduo que faz parte do contexto sulbaiano na transição do século
XX para o século XXI; “À Espera do Verão”, de Geraldo Lavigne de Lemos traz uma
reflexão sobre o homem em seu dia a dia no mundo e sua relação na sociedade e
“Outros Silêncios”, de Gustavo Felicíssimo é uma releitura do livro do autor
chamado “Silêncios”, baseado NO o Raicai, formas poéticas originárias do Japão,
e suas formas congêneres.
Segundo
ele, o mesmo livro foi premiado em São Paulo nas edições anteriores e está
sendo traduzido em espanhol para a América Latina. Apesar de a editora ser de
Ilhéus, o escritor enfatiza a preocupação de estender o lançamento das obras
dentro das cidades que fazem parte da região cacaueira a exemplo de Itabuna.
”Isso me deixa muito feliz porque eu moro em Itabuna, sinto o quanto a cidade
está necessitando dar uma guinada que mexa com o meio artístico da cidade”,
disse. A escritora Daniela Galdino achou o evento importante pelo fato de
quatro livros de poesia terem sido lançados de uma só vez e também de as
produções serem de Itabuna e Ilhéus. ”Hoje em dia ouvimos muito que poesia não
tem publico e provamos exatamente o contrário na semana passada em Ilhéus”,
comentou.
Geraldo
Lavigne Lemos considerou a noite positiva por ter lançado o seu primeiro livro
individual. O autor já possui outras publicações, jornais e livros e atualmente
concilia a carreira de advogado com o trabalho literário e possui uma coluna no
Jornal Diário de Ilhéus. O historiador André Rosa, que também estreou na área
literária, espera que o livro seja bem recebido pelo público. ”Que haja uma
crítica posterior para que a gente possa evoluir em cima da nossa produção”, falou.
Para a presidente da Ficc, o evento aconteceu
em um momento histórico para o mundo por conta do centenário de Jorge Amado. ”Itabuna
abre os braços para que se possa produzir, repensar e fazer trabalhos críticos
sobre Jorge Amado aproveitando a parceria com a Editora Mondrongo. Estou de
coração aberto junto com a toda a equipe da Ficc para que os talentos venham e
possam aflorar as ideias e os projetos possam se concretizar aqui.”, concluiu.
Texto: Karina Lins
Fotos: Thiago Pereira