Início

sábado, 21 de janeiro de 2012

Sarau marca lançamento de livros na FICC


“Quando a gente pensa cultura, a gente não pode pensar em limites territoriais, limites do pensar e limites de política partidária. Cultura é o que interessa nessa festa, na cabeça de quem cria e tem talento”. Com essas palavras a diretora-presidente da Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania - Ficc, Sandra Ramalho, abriu a noite de lançamento de livros da Série Diálogos ocorrida no último dia 19 em Itabuna.
O evento, que aconteceu na sede da Fundação, foi animado por um sarau regado a música, teatro e poesia e atraiu várias personalidades da esfera artística e cultural do eixo Itabuna-Ilhéus, consolidando a nova geração de poetas grapiúnas que tiveram suas obras publicadas pela Mondrongo Livros, editora do Teatro Popular de Ilhéus.

Ao todo quatro livros de poesia foram lançados, sendo eles: “Inúmera”, de Daniela Galdino, que discorre sobre o universo feminino, os vários aspectos que permeiam a mulher como a infância, o erotismo, a velhice e memória; “Quintais do Tempo”, de André Rosa, que fala sobre a trajetória pessoal e humana do autor enquanto indivíduo que faz parte do contexto sulbaiano na transição do século XX para o século XXI; “À Espera do Verão”, de Geraldo Lavigne de Lemos traz uma reflexão sobre o homem em seu dia a dia no mundo e sua relação na sociedade e “Outros Silêncios”, de Gustavo Felicíssimo é uma releitura do livro do autor chamado “Silêncios”, baseado NO o Raicai, formas poéticas originárias do Japão, e suas formas congêneres.
Segundo ele, o mesmo livro foi premiado em São Paulo nas edições anteriores e está sendo traduzido em espanhol para a América Latina. Apesar de a editora ser de Ilhéus, o escritor enfatiza a preocupação de estender o lançamento das obras dentro das cidades que fazem parte da região cacaueira a exemplo de Itabuna. ”Isso me deixa muito feliz porque eu moro em Itabuna, sinto o quanto a cidade está necessitando dar uma guinada que mexa com o meio artístico da cidade”, disse. A escritora Daniela Galdino achou o evento importante pelo fato de quatro livros de poesia terem sido lançados de uma só vez e também de as produções serem de Itabuna e Ilhéus. ”Hoje em dia ouvimos muito que poesia não tem publico e provamos exatamente o contrário na semana passada em Ilhéus”, comentou.
Geraldo Lavigne Lemos considerou a noite positiva por ter lançado o seu primeiro livro individual. O autor já possui outras publicações, jornais e livros e atualmente concilia a carreira de advogado com o trabalho literário e possui uma coluna no Jornal Diário de Ilhéus. O historiador André Rosa, que também estreou na área literária, espera que o livro seja bem recebido pelo público. ”Que haja uma crítica posterior para que a gente possa evoluir em cima da nossa produção”, falou.
Para a presidente da Ficc, o evento aconteceu em um momento histórico para o mundo por conta do centenário de Jorge Amado. ”Itabuna abre os braços para que se possa produzir, repensar e fazer trabalhos críticos sobre Jorge Amado aproveitando a parceria com a Editora Mondrongo. Estou de coração aberto junto com a toda a equipe da Ficc para que os talentos venham e possam aflorar as ideias e os projetos possam se concretizar aqui.”, concluiu.

Texto: Karina Lins
Fotos: Thiago Pereira