Com
o surgimento das famosas “bandas de garagem”, motivadas pelo simples amor à
musica e sem perspectiva alguma de reconhecimento social, a música alternativa,
sobretudo a vivenciada na região, era vista como uma manifestação associada a
indivíduos rebeldes, problemáticos e marginalizados socialmente.
Sem
o devido apoio e diante de diversos obstáculos, o cenário alternativo começou a
caminhar com suas próprias pernas e foi ganhando adeptos.
No
final dos anos 80, bandas como “Além do Sério”, “Desordem e Regresso” e
“Expresso 22” deram o “start” para a consolidação da música underground
regional. De lá pra cá, sobretudo em meados dos anos 90 uma gama de bandas
surgiram com inúmeras propostas musicais na atuante cena alternativa que veio a
se fortalecer consideravelmente com a aparição de outros subgêneros da música
como o reggae e o rap. Vale destacar como as pioneiras e ainda remanescentes
bandas de Reggae da região a “Ruanda” e a “Quizila” sem esquecermos da saudosa
“Quilombo Reggae” que animavam os fãs e seguidores, muitas vezes em eventos
isolados, financiados, promovidos e organizados pelas próprias bandas.
Paralelo a ascensão do Reggae na região, o Rap surgiu forte e atuante, bem representado por grupos como “O Quadro” e “CRP” que se destacaram pela criatividade e singularidade musical.
Porém,
com o surgimento de novas vertentes da música alternativa, o Rock não perdeu
força e sempre foi sustentado por novas bandas que giravam dentro de um rico
universo musical que o rock proporcionava. Com isso, era possível notar
identidades próprias de cada banda existente no cenário underground da região.
Na época era gratificante e animador ver e ouvir bandas como “Noise Smoke”,
“UsComipexe”, “Remains” e “Declínio” que faziam um som mais pesado e cru
influenciados pelo punk, hardcore e heavy metal. Com o passar do tempo essas
bandas contribuíram para o surgimento de outras bandas no final dos anos 90
como “Koriza”, “Glaukoma”, “Dr. Imbira”, “Cianose” (atual Mortífera), dentre
outras.
O pensamento preconceituoso diminuiu com o passar dos anos, porém muito pouco foi feito para uma solidificação desse movimento. As condições de apoio à cena alternativa da região continuam aquém das expectativas.
Iniciativas privadas e isoladas em Ilhéus, como a da Casa dos Artistas, do Espaço Cultural Casa Aberta e do empresário Bruno Susmaga da Barrakítika mantém as bandas atuantes, promovendo shows e apresentações.
No
início de 2009 as bandas se organizaram e decidiram iniciar um trabalho
coletivo. A partir daí foi criado o “Movimento da Música Alternativa” que
consolidou- se com I Mostra de Música Alternativa “Chocolate Groove”, que a
partir daí passa a representar o cenário musical alternativo na região Sul da
Bahia.
Lula Soares Lopes é músico e baterista das bandas Mortifera e Infected Minds, produtor do Coletivo Chocolate Groove e do Projeto Sábado Sim
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Lula Soares Lopes é músico e baterista das bandas Mortifera e Infected Minds, produtor do Coletivo Chocolate Groove e do Projeto Sábado Sim
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