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terça-feira, 5 de junho de 2012

Viva.......Viva a Sociedade Alternativa !! - por LULA SOARES LOPES


Com o surgimento das famosas “bandas de garagem”, motivadas pelo simples amor à musica e sem perspectiva alguma de reconhecimento social, a música alternativa, sobretudo a vivenciada na região, era vista como uma manifestação associada a indivíduos rebeldes, problemáticos e marginalizados socialmente. 
Sem o devido apoio e diante de diversos obstáculos, o cenário alternativo começou a caminhar com suas próprias pernas e foi ganhando adeptos.


No final dos anos 80, bandas como “Além do Sério”, “Desordem e Regresso” e “Expresso 22” deram o “start” para a consolidação da música underground regional. De lá pra cá, sobretudo em meados dos anos 90 uma gama de bandas surgiram com inúmeras propostas musicais na atuante cena alternativa que veio a se fortalecer consideravelmente com a aparição de outros subgêneros da música como o reggae e o rap. Vale destacar como as pioneiras e ainda remanescentes bandas de Reggae da região a “Ruanda” e a “Quizila” sem esquecermos da saudosa “Quilombo Reggae” que animavam os fãs e seguidores, muitas vezes em eventos isolados, financiados, promovidos e organizados pelas próprias bandas.

Paralelo a ascensão do Reggae na região, o Rap surgiu forte e atuante, bem representado por grupos como “O Quadro” e “CRP” que se destacaram pela criatividade e singularidade musical.
Porém, com o surgimento de novas vertentes da música alternativa, o Rock não perdeu força e sempre foi sustentado por novas bandas que giravam dentro de um rico universo musical que o rock proporcionava. Com isso, era possível notar identidades próprias de cada banda existente no cenário underground da região. Na época era gratificante e animador ver e ouvir bandas como “Noise Smoke”, “UsComipexe”, “Remains” e “Declínio” que faziam um som mais pesado e cru influenciados pelo punk, hardcore e heavy metal. Com o passar do tempo essas bandas contribuíram para o surgimento de outras bandas no final dos anos 90 como “Koriza”, “Glaukoma”, “Dr. Imbira”, “Cianose” (atual Mortífera), dentre outras.

O pensamento preconceituoso diminuiu com o passar dos anos, porém muito pouco foi feito para uma solidificação desse movimento. As condições de apoio à cena alternativa da região continuam aquém das expectativas.
Iniciativas privadas e isoladas em Ilhéus, como a da Casa dos Artistas, do Espaço Cultural Casa Aberta e do empresário Bruno Susmaga da Barrakítika mantém as bandas atuantes, promovendo shows e apresentações.

No início de 2009 as bandas se organizaram e decidiram iniciar um trabalho coletivo. A partir daí foi criado o “Movimento da Música Alternativa” que consolidou- se com I Mostra de Música Alternativa “Chocolate Groove”, que a partir daí passa a representar o cenário musical alternativo na região Sul da Bahia.


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Lula Soares Lopes é  músico e baterista das bandas Mortifera e Infected Minds, produtor do Coletivo Chocolate Groove e do Projeto Sábado Sim









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