O projeto de
debates Improviso, Oxente! segue com
a pesquisa histórica para montagem do próximo espetáculo do Teatro Popular de
Ilhéus (TPI): 1789 – Engenho de Santana –
Uma Revolução Histórica. Nesta quinta-feira (08), o grupo recebe o
arqueólogo Elvis Barbosa, que falará sobre “O Engenho de Santana – sua
dinâmica e suas estruturas no período colonial”. As discussões, sempre
acompanhadas de música e improvisações artísticas começam às 19 horas, na Casa
dos Artistas de Ilhéus. A entrada é franca.
No último Improviso, Oxente! o historiador Arléo Barbosa abordou “A Capitania de São Jorge no contexto do
comércio açucareiro”. Ele fez uma contextualização histórica de como o açúcar
era um artigo valioso na Europa do século XVI e como a capitania de Ilhéus foi
uma das pioneiras no cultivo de cana-de-açúcar no
Brasil colonial.
O professor explicou que, na época da revolta dos escravos do
Engenho de Santana, no século XVIII, a produção açucareira estava se
recuperando de um período de queda. “Em Ilhéus, deveria ser produzido milho e
farinha para abastecer os engenhos do recôncavo. Mas, com a decadência da
produção de cana no Caribe, o Engenho de Santana ressurgiu com pujança”,
informou.
Além de Arléo Barbosa, o projeto Improviso, Oxente! também contou com a participação do historiador
Marcelo Henrique Dias, que será um dos consultores do TPI ao longo da montagem
do espetáculo histórico. Ele falou que esteve recentemente no Arquivo Nacional
da Torre do Tombo, em Portugal, revendo correspondências e documentos jesuíticos
relacionados ao Engenho de Santana. Com a orientação do pesquisador, o Teatro
Popular de Ilhéus poderá compreender o clima de tensão da época da primeira
greve feita brasileira, organizada pelos escravos do engenho que existiu por
300 anos.
Mas o Improviso,
Oxente! não fica apenas restrito às falas dos convidados. O grupo afro
Dilazenze, juntou-se aos músicos e artistas do Teatro Popular de Ilhéus, para
abrilhantar ainda mais o encontro. O grupo faz parte do Terreiro Matamba
Tombenci Neto, que também está envolvido na montagem do TPI.
O espetáculo
1789
– Engenho de Santana – Uma Revolução Histórica foi um das contemplados pelo
edital setorial de teatro do Fundo de Cultura da Bahia. Entre mais de 200
propostas apresentadas, foi a única selecionada do Litoral Sul. No ano passado,
o esboço do texto, escrito por Romualdo Lisboa, venceu o edital de Apoio ao
Desenvolvimento de Textos Dramatúrgicos no Estado da Bahia, promovido pela Fundação
Cultural do Estado da Bahia. A previsão é que a estreia seja em março de 2013.
O diário da produção está disponível no blog engenhodesantana.blogspot.com.br.
foto: Felipe de Paula
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