O devastador poder que
as pessoas tem para influenciar as outras é algo muito interessante. Às vezes,
pessoas regem o que nosso coração sente, sem um motivo aparente: eles
simplesmente passam a se comportar de outra maneira, como se a maneira natural
de agir sofresse um bypass cerebral e você simplesmente ignorasse agir de outra
maneira. Isso vai te consumindo, vai te desgastando. É muito forte. Já fazia
algum tempo que não deixava alguém me influenciar assim. Digo, de maneira tão
íntima. Óbvio que a gente se deixa envolver algumas vezes, mas tudo varia muito
com o grau de contato e conexão que você tem com a pessoa.Dependendo de
quem seja, essa forças movem seu corpo inteiro rumo ao desconhecido, rumo ao
inexplicável. Os questionamentos internos alimentam ainda mais essa incógnita,
e é como sentir toda essa energia pronta para ser espalhada, e não espalhá-la.
É tudo muito forte e ao mesmo tempo muito sutil. É difícil de lidar.
Não foram muitas
vezes que senti isso, mas com o avançar dos anos, e dos nãos, a pessoa vai
aprendendo a lidar com isso. É como se o seu sentimento fosse um caminhão
desgovernado, deslizando numa pista molhada por uma chuva torrencial. Um
caminhão deslizando sem destino, e de repente o seu coração se torna gélido e
sem esperança no futuro ao ver que a trajetória do caminhão e suas partes está
como a alguns metros de você. Não adianta tentar desviar. Existem momentos que
foram fadados a acontecer, cedo ou tarde. Como um repeat eterno do piano de Mad
World, do Gary Jules. O mundo te expõe a um turbilhão de sentimentos que
simplesmente fluem, líquidos, mas essa água te atinge com tanta força que é
como tentar pular, sem sucesso, uma onda. Você sente a água fluindo, a
impotência de poder livrar-se dela ou subir à margem. Você simplesmente perde o
controle do seu corpo e o entrega ao grande mar.
Sem resposta. Sem
possibilidade de escolher a direção. Até que essa tempestade de dentro do mar
se acalma e te permite beijar a superficie com a sua boca sedenta por ar.
Estamos sempre sedentos, e estamos sempre aguardando esse breve momento
como se fosse o último, cada vez que somos, de alguma maneira, atingidos por
essa vibração.
Mesmo que ela
nunca venha.
Pedro Paulo escritor, pensador nas horas vagas e poeta quando a inspiração vem. Nasceu no Rio, viveu catorze anos na Bahia e agora vive em Montevidéu, no Uruguai. Seu blog pessoal é o www.pedropaulo.blogspot.com
fonte da imagem: http://blog.daysesene.com/2011/06/o-mar.html
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