E de repente
você sente a onda bater no meio do mar, antes da rebentação. Seu corpo em
inércia ao sentir o movimento das ondas. Não há muito o que fazer a não ser
aguentar esse período dentro da água. O controle é inexistente, uma vez que
comparado a força das águas você é só um pequeno grão de areia sendo levado.
É bem essa
sensação que tenho esses dias. Alguns poucos momentos passo respirando fora da
rebentação, mas só consigo enxergar a imensidão da água ao meu redor e a minha
impotência em relação à tudo isso. As mãos enrugadas de tanto tempo na água, o
salgado na minha boca, a respiração ofegante e buscando normalizar-se antes que
venha a próxima onda.
Às vezes você
só quer deixar-se levar, mesmo que isso signifique bater contra algum arrecife.
E geralmente é isso que acontece. Where do we go from here? Meus ouvidos e
minha pele estão cercados e já não tem muito para onde ir. Logo encontro um
caminho no meio da correnteza e saio dessa sequencia de ondas e toco a terra
firme.
Só aceito isso
e tento compreender.
Pedro Paulo escritor, pensador nas horas vagas e poeta quando a inspiração vem. Nasceu no Rio, viveu catorze anos na Bahia e agora vive em Montevidéu, no Uruguai. Seu blog pessoal é o www.pedropaulo.blogspot.com
fonte da imagem: http://atrasdaprivada.blogspot.com.br/
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