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domingo, 3 de março de 2013

O que se sente e o mar (parte II) - por PEDRO PAULO


E de repente você sente a onda bater no meio do mar, antes da rebentação. Seu corpo em inércia ao sentir o movimento das ondas. Não há muito o que fazer a não ser aguentar esse período dentro da água. O controle é inexistente, uma vez que comparado a força das águas você é só um pequeno grão de areia sendo levado.

É bem essa sensação que tenho esses dias. Alguns poucos momentos passo respirando fora da rebentação, mas só consigo enxergar a imensidão da água ao meu redor e a minha impotência em relação à tudo isso. As mãos enrugadas de tanto tempo na água, o salgado na minha boca, a respiração ofegante e buscando normalizar-se antes que venha a próxima onda.


Às vezes você só quer deixar-se levar, mesmo que isso signifique bater contra algum arrecife. E geralmente é isso que acontece. Where do we go from here? Meus ouvidos e minha pele estão cercados e já não tem muito para onde ir. Logo encontro um caminho no meio da correnteza e saio dessa sequencia de ondas e toco a terra firme.

Só aceito isso e tento compreender.





fonte da imagem: http://atrasdaprivada.blogspot.com.br/ 

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