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sexta-feira, 12 de abril de 2013

DIMAS lança o Cinema Expandido, projeto multimídia que traz novas roupagens para o audiovisual

foto: Thiago Lima

Reunindo diversas linguagens artísticas para movimentar o Complexo Cultural dos Barris, a estreia do projeto é inspirada nos primeiros transgressores audiovisuais

O audiovisual baiano recebe um novo projeto que se relaciona com diversas vertentes e linguagens artísticas. O Cinema Expandido, uma iniciativa da Diretoria de Audiovisual da Fundação Cultural do Estado da Bahia (DIMAS/FUNCEB), entidade vinculada à Secretaria de Cultura do Governo do Estado da Bahia (SecultBA), surge para promover a interação entre as artes tradicionais (cinema, teatro, música, fotografia, entre outras) com novas experimentações (instalações, colagens visuais, perfomances e afins) e as tendências contemporâneas de intervenção urbana, como o videomapping, tudo a partir de um mote audiovisual. O evento, que movimenta espaços do Complexo Cultural dos Barris, estreia no dia 26 de abril, com uma programação gratuita que inclui projeções ao ar livre, exibição de filme silencioso com trilha sonora executada ao vivo, música eletrônica experimental e percussão oriental.


O projeto busca agregar artistas interessados na experimentação e transversalidade de linguagens, oferecendo ao público e à cena cultural baiana um espaço de manifestação e difusão sintonizado com as mais recentes manifestações artísticas. O Cinema Expandido também explora o potencial do Complexo Cultural dos Barris, prédio que reúne, além da DIMAS e das salas Walter da Silveira e Alexandre Robatto, a Galeria Pierre Verger, a Biblioteca Pública do Estado da Bahia, o Espaço Xisto Bahia e outros órgãos da Fundação Pedro Calmon (FPC), promovendo uma maior integração entre esses espaços.

Para marcar o início, nada mais apropriado que o tema Os Primeiros Transgressores, retomando o trabalho de cineastas pioneiros na arte de transgredir e investigar os pontos de contato e ruptura entre as linguagens. Entre eles, o francês Jean Vigo, cuja obra-prima, A Propósito de Nice, produzida na década de 1920, auge do cinema silencioso, será exibida na Sala Walter da Silveira com a participação ao vivo do grupo Escape. Sob comando de EdBraz, os músicos aceitaram o desafio de compor e executar uma nova trilha sonora para o transgressor documentário francês.

Antes da sessão de cinema com música, a etapa inaugural do projeto começa na Galeria Pierre Verger com a performance Para o herói: experimentos sem nenhum caráter – juque!, da performer e dançarina Paula Carneiro, inspirada na obra Macunaíma, de Mário de Andrade, também da década de 1920 e marco do movimento modernista. Ao mesmo tempo, na Sala Alexandre Robatto, estará em cartaz a Mostra Vídeos-Postais, de Rodrigo Brum, com vídeos inspirados em cartões-postais e desenvolvidos nas ruas de Salvador.

Ainda está prevista a ocupação das escadarias da Biblioteca Pública do Estado da Bahia, com o grupo percussivo Wadō. Mesclando a pulsante sonoridade do taiko, instrumento típico japonês, eles incorporam a tradição cênica oriental e os ritmos musicais contemporâneos do Japão.

Para fechar, o Complexo Cultural dos Barris ganha movimento, novas cores e sons com a reconfiguração do uso da fachada e entorno do prédio, através de projeções (videomapping), samplers, remixes e colagens audiovisuais do DJ Boing e os VJs Caetano Britto e Jan Cathalá, que interagem com o grupo Wadō através da plástica do cinema nipônico dos anos 20. No entorno, artistas participantes da residência artística do projeto Muros: Territórios Compartilhados vão apresentar registros de seus processos criativos em uma videoinstalação. 

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