foto: Thiago Lima |
Reunindo diversas linguagens
artísticas para movimentar o Complexo Cultural dos Barris, a estreia do projeto
é inspirada nos primeiros transgressores audiovisuais
O audiovisual baiano recebe um novo
projeto que se relaciona com diversas vertentes e linguagens artísticas. O Cinema
Expandido, uma iniciativa da Diretoria de Audiovisual da Fundação Cultural
do Estado da Bahia (DIMAS/FUNCEB), entidade vinculada à Secretaria de Cultura
do Governo do Estado da Bahia (SecultBA), surge para promover a interação entre
as artes tradicionais (cinema, teatro, música, fotografia, entre outras) com novas
experimentações (instalações, colagens visuais, perfomances e afins) e as
tendências contemporâneas de intervenção urbana, como o videomapping, tudo a
partir de um mote audiovisual. O evento, que movimenta espaços do Complexo
Cultural dos Barris, estreia no dia 26 de abril, com uma programação gratuita
que inclui projeções ao ar livre, exibição de filme silencioso com trilha
sonora executada ao vivo, música eletrônica experimental e percussão oriental.
O projeto busca agregar artistas
interessados na experimentação e transversalidade de linguagens, oferecendo ao
público e à cena cultural baiana um espaço de manifestação e difusão
sintonizado com as mais recentes manifestações artísticas. O Cinema
Expandido também explora o potencial do Complexo Cultural dos Barris, prédio
que reúne, além da DIMAS e das salas Walter da Silveira e Alexandre Robatto, a
Galeria Pierre Verger, a Biblioteca Pública do Estado da Bahia, o Espaço Xisto
Bahia e outros órgãos da Fundação Pedro Calmon (FPC), promovendo uma maior
integração entre esses espaços.
Para marcar o início, nada mais
apropriado que o tema Os Primeiros Transgressores, retomando o trabalho
de cineastas pioneiros na arte de transgredir e investigar os pontos de contato
e ruptura entre as linguagens. Entre eles, o francês Jean Vigo, cuja
obra-prima, A Propósito de Nice, produzida na década de 1920, auge do
cinema silencioso, será exibida na Sala Walter da Silveira com a participação
ao vivo do grupo Escape. Sob
comando de EdBraz, os músicos aceitaram o desafio de compor e executar uma nova
trilha sonora para o transgressor documentário francês.
Antes da sessão de cinema com música,
a etapa inaugural do projeto começa na Galeria Pierre Verger com a performance Para
o herói: experimentos sem nenhum caráter – juque!, da performer e dançarina
Paula Carneiro, inspirada na obra Macunaíma, de Mário de Andrade,
também da década de 1920 e marco do movimento modernista. Ao mesmo tempo, na
Sala Alexandre Robatto, estará em cartaz a Mostra Vídeos-Postais, de Rodrigo
Brum, com vídeos inspirados em cartões-postais e desenvolvidos nas ruas de
Salvador.
Ainda está prevista a ocupação das
escadarias da Biblioteca Pública do Estado da Bahia, com o grupo percussivo Wadō.
Mesclando a pulsante sonoridade do taiko, instrumento típico japonês, eles
incorporam a tradição cênica oriental e os ritmos musicais contemporâneos do
Japão.
Para fechar, o Complexo Cultural dos
Barris ganha movimento, novas cores e sons com a reconfiguração do uso da
fachada e entorno do prédio, através de projeções (videomapping), samplers,
remixes e colagens audiovisuais do DJ Boing e os VJs Caetano Britto e
Jan Cathalá, que interagem com o grupo Wadō através da plástica do cinema
nipônico dos anos 20. No entorno, artistas participantes da residência
artística do projeto Muros: Territórios Compartilhados vão apresentar
registros de seus processos criativos em uma videoinstalação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário