Joana levava uma vida carregada pelos suas pequenas bagagens. Entendia o
mundo a sua volta. Sempre se questionava, sempre buscava respostas...
Queria entender o porque de certas coisas terem acontecido justamente
com ela. Veja que acaso terrível: nunca o ônibus andava com as portas
abertas. E nesse dia, tinha acabado de pegar seu pequeno cachorrinho pra
leva-lo no colo até a sua casa. Entrou, normalmente. Conseguiu passar a
catraca, sentou-se e aguardou.
Aí começava um dos porquês: nesse dia, exatamente, levantou-se antes de
sair. Nesse dia, fatalmente, deixou que sua mão escapasse e viu o
cachorro pular da sua mão. O resto da história é desolação. Sentiu-se
desvastada. Seu coração era recheado de impotência por não conseguir
entender o porque desse momento. Justamente naquele dia, naquela hora
senntiu-se sem forças, e com uma certa culpa.
Porque justamente naquele momento ela entregou-se ao acaso fatal? Fatal
não pra ela, mas para o que gostava. De repente um pedaço do que ela
mais gostava e prezava morria ali. E não sabia como lidar com aquilo.
Joana se perguntava. Mas a resposta nunca vinha. Criou pequenas Joanas
dentro de si que a questionavam, a julgavam, mas ela própria nao
conseguia sair desse círculo vicioso. E daí, em vez de botar pra fora,
ela simplesmente cimentou o sentimento. Em vez do desespero sentou-se me
silêncio, com um grito mudo preso dentro do peito. Passou do ponto.
Demorou pra chegar em casa nesse dia.
Pedro Paulo é estudante, escritor, pensador nas horas vagas e
poeta quando a inspiração vem. Há 14 anos vive na Bahia, terra que o
inspira e onde nasceram seus primeiros versos. Escreve atualmente no
blog www.pedropaulo.blogspot.com
imagem retirada do sitio http://joana-felix.blogspot.com.br/2011_01_01_archive.html