Andava
pelas ruas, já acostumado com o vento e com o tempo. Na verdade já
tinha uns anos que tinha parado de ligar pra essa baboseira de roupa
pesada. Aprendeu a domar seu corpo, numa habilidade quase mutante de
distribuir seu calor para que não sentisse mais frio. Ouvia muitas
conversas. Já tinha perdido o hábito de doar seus ouvidos à conversas
alheias, mesmo que nenhuma opinião emitisse. Estava lá novamente. Seus
hábitos eram o de se aproximar, como observador, das pessoas. Seguiu
muitos anos assim, nunca atrapalhou as pessoas. Sua observação era, como
posso dizer, saudável. Não seguia ninguém por muitos lugares, ou
marcava seus rostos para aguardá-lo na porta da estação. Apenas
observava o pequeno fragmento de conversa que passava pelos ouvidos dele
em algumas ruas.
A pluralidade de relações o encantava. De uma pequena holandesa Hare Krishna à um Jovem empresário; todos tem o seu valor singular. Daí nasce um dos grandes prazeres dele, o desconhecido. Desconhecido que não é uma grande Quimera, mas apenas mais vida esperando pra ser encontrada. Vidas, em carne e osso, esbarrando em outras vidas tão materiais quanto. "Mas quanto ainda percebem o toque?" - ele perguntava numa dessas conversas que se aprofundavam com os desconhecidos da avenida distante. " Olha, meu caro, muitos ainda percebem o toque, ainda querem o toque. Mas não se manifestam mais como quem quer ser surpreendido por essa experiência.".
"Viver sem a aproximação te distancia ainda mais de si mesmo." - frisava. "É no tato que os sentidos sinestésicos mais mostram sua característica."
"As pessoas são fascinantes. Seres humanos são fascinantes, ainda que cruéis, ainda que bebam toda a substância vil que há no coração a corromper-se. A tristeza não abafa, não esconde o fascínio, tampouco a relevância."
A pluralidade de relações o encantava. De uma pequena holandesa Hare Krishna à um Jovem empresário; todos tem o seu valor singular. Daí nasce um dos grandes prazeres dele, o desconhecido. Desconhecido que não é uma grande Quimera, mas apenas mais vida esperando pra ser encontrada. Vidas, em carne e osso, esbarrando em outras vidas tão materiais quanto. "Mas quanto ainda percebem o toque?" - ele perguntava numa dessas conversas que se aprofundavam com os desconhecidos da avenida distante. " Olha, meu caro, muitos ainda percebem o toque, ainda querem o toque. Mas não se manifestam mais como quem quer ser surpreendido por essa experiência.".
"Viver sem a aproximação te distancia ainda mais de si mesmo." - frisava. "É no tato que os sentidos sinestésicos mais mostram sua característica."
"As pessoas são fascinantes. Seres humanos são fascinantes, ainda que cruéis, ainda que bebam toda a substância vil que há no coração a corromper-se. A tristeza não abafa, não esconde o fascínio, tampouco a relevância."
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Pedro Paulo é estudante, escritor, pensador nas horas vagas e poeta quando a inspiração vem. Há 14 anos vive na Bahia, terra que o inspira e onde nasceram seus primeiros versos. Escreve atualmente no blog www.pedropaulo.blogspot.com