Há
dez anos atrás, depois de um hiato de quase cinco anos sem produzir
nada de relevante e musicalmente audível; despertei de novo para a
música. Minha última experinência havia sido a banda SAVANNAH, que abriu
espaço para o reggae onde antes reinava soberano o axé e o pagode –
Ilhéus passou a conviver com a alegria e a mensagem da música de Jah.
Foram mais de dois anos tocando na companhia de grandes amigos e músicos
excepcionais, que amavam o que faziam e por isso mesmo, faziam o
melhor.
Me despedi da SAVANNA, e parecia que havia me despedido da música e do reggae. Foi só um sono, um momento de repouso enquanto fervilhavam idéias e novos sonhos. É ai que entra CHRISTAFARI. Ouvi o som da banda e a “zôrra bateu forte”. “Viajei” e disse a mim mesmo: É isso que eu quero tocar!!!
Reuni
uma nova banda e comecei a compor. O primeiro trabalho saiu em poucos
meses. Era a banda JONAS E A BALEIA, inicialmente um projeto de música
cristã para a juventude católica. Parcerias importantes surgiram: Luiz
Henrique Cardoso, Fábio Redenção e o irmãozinho-maestro Antônio Melo
deixaram suas assinaturas no cd “Apenas uma Flor”. CHRISTAFARI me
despertou para o reggae bem elaborado, dos arranjos majestosos, das
letras fortes. Daí em diante, novos sons, novos parceiros, novo nome –
JAH BLESS. A música do CHRISTAFARI fez renascer em mi a vontade de
compor e tocar reggae.
A
banda Christafari foi fundada em 1989, pelo compositor e vocalista
principal Mark Mohr. Mark na sua adolescência aderiu à crença Rastafari e
passou a usar alcool e maconha – não que isso seja condição sine qua non para ser rasta ou ser “do reggae”; muito pelo contrário mas as distorções de conceitos e os pré-conceitos
tem, ainda hoje, contribuído para essa imagem falseada de que todo
reggueiro tem que beber “que nem um cachorro” e fumar maconha. Aos 17
anos largou o Rastafarismo, as drogas e converteu-se ao Cristianismo.
Mark Mohr, tocado pela mensagem de JAH e ainda apaixonado pelo reggae, resolveu
montar uma banda; adivinhem de que estilo? Reggae, é claro! E cuja
temática principal seria o combate ao uso de drogas, do álcool; à
violencia e acima de tudo, conscientizando, através de suas letras
politizadas e religiosas, as pessoas para a mensagem Divina de amor e
igualdade.
CHRISTAFARI
é a prova de que se pode falar de DEUS através da música, sem peguice,
deixando de lado o discurso exaltado, hipócrita e hipnoticamente
envolvente mas inconsistente em sua essencia; com muito groove e “verdadeiramente forte”.
Vale
a pena conferir o som dos caras. A sua vasta discografia lhe permitirá
tornar-se um “fã” consciente e verdadeiro. Não preciso apontar esta ou
aquela música, o “uni-duni-tê”
não falha quando tudo se lhe apresenta bom demais. Aproveitem, fiquem
com um pequeno exemplo do som da banda e ATÉ A PRÓXIMA. Jah bless.
Discografia:
- "Reggae Worship Vol. 1" (1993 - Frontline Records)
- "Soul Fire" (1994 - Gotee Records)
- "Valley of Decision" (1996 - Gotee Records)
- "WordSound&Power" (1999 - Lion of Zion Entertainment)
- "DubSound&Power" (2000 - Lion of Zion Entertainment)
- "Reggae Worship-The First Fruits of Christafari" (2000 - Lion of Zion Entertainment)
- "Palabra Sonido y Poder" (2000 - Lion of Zion Entertainment)
- "Gravity" (2003 - Lion of Zion Entertainment)
- "Gravity Version - Performance Soundtracks" (2003 - Lion of Zion Entertainment)
- "The 14 Days of Gravity: About the Songs Audio Commentary" (2003 - Lion of Zion Entertainment)
- "Gravitational Dub" (2005 - Destination: Dub Central Station)
- "Reggae Sunday Scool" (August, 2005)
- "To The Foundation" (April, 2007)
- "No Compromise" (2009 - Lion Of Zion Entertainment)