Esse
personagem não tem nome. Ela anda pelas ruas, caminha por várias cidades. Pode
ser num dos Becos da Luz, em São Paulo, pode ser numa das vizinhanças da Praça
da Sé, em Salvador, mas ela está por lá. Seres errantes que vagam nas ruas.
Aposentados, abandonados, desiludidos, drogados. Chame do que quiser, mas eles
vivem numa das maiores casas à céu aberto do mundo: as ruas. Varandas eternas.
Seus quartos são móveis, suas camas, recicláveis. Um cigarro infinito. As
marcas na pele. Nada se perde, e por muito ainda vagarão.
Você tenta olhar no fundo dos olhos e não vê nada. Os olhares se perdem na avenida. Sem sentido. Perdidos, enfatizo. Mas até que ponto esse caos interno pode ser taxado como eterno? Temos tantos mendigos com tanto por aí. Tanta mente vazia de colarinho branco, tanto ser errante de terno e gravata. Tá cada dia mais difícil dar um nome pra esse personagem. Eles se misturam com tanta facilidade entre aqueles que transgridem a reflexão da própria vida...
E eles ainda vão encontrar muitos caminhos pra andar e muitos bares pra cantar e derramarem suas vidas.
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Pedro Paulo é estudante, escritor, pensador nas horas vagas e
poeta quando a inspiração vem. Há 14 anos vive na Bahia, terra que o inspira e
onde nasceram seus primeiros versos. Atualmente escreve no Domingo Literário
aqui no EuVejoArte.blogspot.com e seu blog pessoal é
fonte da imagem: http://sandro-anjodanoite.blogspot.com.br/
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