Madrugada que passa, uma noite em que
olhos ficam de pé pela simples teimosia de manter-se acordado. É difícil dormir
quando você fica remoendo pensamentos, coisas, fatos, sonhos fragmentados na
sua cabeça. Tudo te martela e te obriga a cuspir ou simplesmente
despejar de forma desordenada quaisquer possibilidades de sono, e com ela
sobrevêm toda aquela torrente de idéias que você trava no seu imaginário mental
diariamente.
Acontece que
eu descobri que eu gosto de você. Acontece que essa preocupação que invade meu
peito (assim como muitas já tiveram esse privilégio) é carinho, afeição, é um
cuidar-te quase ao que tenho por mim mesmo, até. Sinto seus pensamentos
próximos de mim, e a menção tua na minha mente é o suficiente para momentos de
quase telepatia. Descubro quem tu és pelo teu olhar, pela tua careta
quando faz o que não gosta, quando não tem tua liberdade.
E essa
liberdade tua que me encanta, me chama atenção, me faz te admirar assim, em
silêncio. E nem eu sei explicar bem por quê.
Porquê.
Não te admiro
para subjugar-te, não te quero próxima a mim como mera reprodutora dos meus
anseios, mas sim como uma pessoa que possa ser complementada e ter sua própria
solidão – como já diria rilke – ainda mais rica, mais brilhante, e nesse brilho
da tua, da nossa solidão possamos ser pessoas ainda mais fortes mesmo que
distantes uma da outra.
Isso que eu
sinto não é apego, não é carência, é com certeza algo bonito que, guardado em
silêncio, e jogo sobre você todas as vezes que te vejo, como um perfume, pois é
dessa forma que mereces esse sentimento: em doses pequenas, sutis, mas
marcantes o suficiente para que todos notem o quão linda tu ficas quando tem em
tua alma esse perfume.
Um
beijo,
P.
Pedro Paulo é estudante, escritor, pensador nas horas vagas e poeta quando a inspiração vem. Há 14 anos vive na Bahia, terra que o inspira e onde nasceram seus primeiros versos. Seu blog pessoal é www.pedropaulo.blogspot.com
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