Caros amigos
leitores, neste artigo devido ao grande numero de acesso volto a falar sobre a
dança espanhola, o qual parece ser um dos assuntos que mais interessam. A
cultura espanhola é de grande riqueza e a dança em especial além de bela e
sensual, proporciona uma gama de benefícios físicos e mentais ao indivíduo que
pratica.
Entre alguns
benefícios estão à reeducação postural, o desenvolvimento da consciência
corporal, amplia a capacidade de expressão, e por se tratar de um exercício
aeróbico esse estilo de dança auxilia na eliminação de gordura, além de
tonificar a musculatura. O alongamento é imprescindível, o qual tem o objetivo
de conservar ou recuperar a capacidade da amplitude do movimento, o estudioso
Estélio Dantas afirma que com a prática do alongamento que proporciona o
aumento da flexibilidade e de resistência muscular, os riscos de lesões
diminuem imensamente.
Dentre as qualidades físicas intervenientes na dança
conforme estudos de Márcia Leal em relação a forma física a dança proporciona
flexibilidade, resistência: aeróbica, anaeróbica e muscular localizada
(R.L.M.); Força: dinâmica, estática e explosiva e em relação a habilidade
motora proporciona agilidade, velocidade de membros, equilíbrio: dinâmico e
recuperado; coordenação, descontração total e ritmo.
Luis Elmerich
relata em seu livro Historia da Dança alguns dados técnicos da dança espanhola,
como por exemplo, os três aspetos da dança espanhola: o regional, o flamenco e
o clássico.
O primeiro
estilo popular regional tem características mais leves, pois nasceu e se
desenvolve nas festas populares de rua, para ser mais clara, todas as pessoas
sabem dançar desde muito cedo, crianças, adultos e idosos dançam nas manifestações
populares, assim como no Brasil no carnaval, todos dançam ao som das músicas
populares, as danças populares regionais na Espanha são conhecidas como jota,
sevillana, zorizico entre outras.
A dança
Flamenca, composta de muita sensualidade, força e atitude é criação dos Gitanos
(ciganos), embora sendo própria da Andaluzia. Não tem caráter regional, é
geralmente executada nos tablados das tavernas assim como nos pátios andaluzes.
Dentro do
Flamenco existem algumas variações de estilos como: o fandango, farruca, zambra
e etc. outro dado importante sobre o Flamenco é que até o final do século XIX
não se usava as castanholas; além do acompanhamento da guitarra (violão), há
palmas, o sapateado e também o estalar de dedos. A castanhola é um instrumento
percussivo de som indefinido, é originado da fenícia, é composto de duas peças
de formato côncavo feito de madeira, ligadas por um barbante colocado no
polegar, toca-se as castanholas batendo uma contra a outra, esse tipo de
instrumento é usado em diversas danças populares espanholas, existem dois tipos
as de som agudo que são chamadas de bembra (do espanhol: fêmea), e a de som
grave o macho.
O terceiro
tipo de dança espanhola supracitado denominado de dança clássica é composta
basicamente por quatro estilos o bolero, o jaleo, olé e seguidilla, em tempos
primórdios eram acompanhadas apenas por violões. Dentre alguns violinistas
famosos é possível citar Pablo Sarasate, Isaac Albeniz considerado o criador da
moderna música espanhola e também Joaquin Turina representante do nacionalismo
musical espanhol, famoso pelas composições Sevillana, Danzas gitanos e
Fandanguillo.
Qualquer
pessoa pode praticar a dança espanhola, o Flamenco tem características fortes,
não tem influência coreográfica é a representação do puro prazer dos seus
praticantes, tem influência Árabe, egípcia e turca, no Flamenco a concentração
de movimentos está nos quadris, costas e os braços produzem um clima de
mistério e sensualidade originalmente oriental, enquanto as palmas e o
sapateado ágil e forte são características da dança ocidental.
Referências
DANTAS, Estélio H. M. Flexibilidade, Alongamento e Flexionamento.
3ª ed. Rio de Janeiro: Shape, 1995.
LEAL, Márcia Regina M. Preparação
Física na Dança. Rio de Janeiro: Sprint, 1998. P.49.
ELMERICH, Luis. História da Dança.
São Paulo: Editora Nacional, 1987. P.33, 35, 153.
Sôanne Marry é bailarina, coreógrafa e educadora física, ministra cursos e oficinas de dança na região.
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