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| foto: Nuno Alves |
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no mar é se expor. É ter coragem de sair da segurança da areia pra incerteza
das águas. La mar. Forte e irresistivelmente misteriosa. Esse respeito é a chave para que se
aprenda como lidar com o mar. Não nos resta outra.
No mar vemos muito pouco além do próprio corpo, mesmo que esteja
claro, mesmo que esteja limpo, depois de um determinado ponto não se possa ver
mais nada... Seguimos. Depois de um certo tempo se torna necessário entrar no
mar, aceitar as suas forças e seguir com ela. Não adianta tentar remar contra,
voltar pra terra firme.
Nem sempre nosso destino está aí. Por vezes, creio eu, estamos
destinados a cruzar de ilha em ilha, aproveitando esses pequenos momentos para
recarregar as energias e voltar novamente a esse eterno aventurar-se. É
importante não se conformar e seguir navegando. A todo momento vamos encontrar
uma nova ilha, enriqueceremos e seguiremos nosso rumo.
Mas só conheceremos essa imensidão quando não aceitarmos o
egoismo de navegar só. É importante ter as mão abertas, em aguardo ao que a ela
se possa conectar.
Você
segue no mar, sendo levado, levemente. Flutuando no meio do oceano mas com o
pulmão aberto para receber todo o cheiro do mar, e permanecer contemplando a
natureza ao redor, o mundo de água azul ao seu lado. Ainda assim, você não sabe
onde vai parar, mas de alguma maneira, sinto que não estou mais tão a deriva
assim.
Existem portos que se abrem para navegar, existem lugares para
atracar-nos durante essa viagem. Uma viagem aparentemente solitária mas que
toca e se compartilha mais do que se imagina. O mar é mais denso do que se
pensa. Não é só feito de água e sal. Estamos sempre esbarrando por aí com gente
passeia na mesma corrente que você.
É isso.
Pedro Paulo escritor, pensador nas horas vagas e poeta quando a inspiração vem. Nasceu no Rio, viveu catorze anos na Bahia e agora vive em Montevidéu, no Uruguai. Seu blog pessoal é o www.pedropaulo.blogspot.com
fonte da imagem: http://www.flickr.com/photos/nalves/4273468199/
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