“O maior prazer do escritor não é
publicar um livro. Sua maior satisfação é saber se o seu livro é lido.”
P.C.
O maior prazer do escritor não é publicar um livro.
Sua maior satisfação é saber se o seu livro é lido. Melhor ainda é ter retorno
sobre o que você escreveu. E foi isso que fizeram os estudantes da rede pública
de ensino da Escola Nucleada de Castelo Novo. Orientados pela professora Rita
Aparecida, eles voaram junto comigo para fugir de um rigoroso inverno
canadense, em busca de abrigo e alimento. O inverno frio, com contínuas
tempestades de neve os forçava a emigrar. Claro que não estou falando dos
estudantes da Rua Napoleão Loureano, do distrito de Castelo Novo, (que também
já foi cenário de um dos meus livros: “O Tesouro Perdido das Terras do Sem
Fim”), mas, dos gansos Ivan, Vivi, Coró, Tárcia, Cláudio, Osmar, Juninho e
Gambão personagens do livro “O Caminho de Volta”, (Editora Via Litterarum,
2010) adotado pela professora.
Recebi de Rita uma dezena de cartas me
convidando para visitá-los. “Será de grande honra para mim e meus colegas”, diz
Fabrini Gomes, uma das alunas; “Li o livro O Caminho de Volta e gostaria de
conhecê-lo”, escreve Alan de Jesus; “Eu entendi que ninguém dava nada por Ivan,
mas, ele conseguiu provar que não precisa ser forte fisicamente para conseguir
algo e sim nós devemos ter força de vontade, coragem para conseguirmos atingir
os nossos objetivos,” explica Thaís de Oliveira em outro carta; “Eu aprendi
muitas coisas importantes lendo seu livro, eu aprendi que para ser herói não
precisa ter força e sim inteligência e caráter,” declara Brenda Cruz; “Gostei
da sua criatividade em inventar cada personagem com sua fala e seu jeito de ser,
e de pensar especial é muito forte que até podemos sentir que estamos dentro do
livro,” disse Daniela Leal em um trecho de uma outra carta.
E assim fui lendo, e li mais de uma vez,
todas as cartas. Vou responder cada uma delas, sobretudo o grande número de
perguntas que cada um fez: “O senhor estudou em escola pública?” “Tem alguma
pessoa na sua família que é um herói ou heroína?” “O senhor pediu ajuda a
alguém para escrever o livro?” “Você se inspirou em alguém para criar os
personagens?” Jeciane Oliveira disse que iria fazer um milhão de perguntas
quando eu fosse visitar a escola. Eles estão preparando um trabalho sobre o
livro. Quer dizer, sobre os livros, porque também estão lendo “As Aventuras de
João e Maria”, (Editora Via Litterarum, 2010) uma releitura que eu criei sobre
o clássico dos Irmãos Grimm.
Rita, você não é uma professora. É uma
educadora. Sinto-me privilegiado por ter sido o autor escolhido por você para
despertar a leitura num mundo onde o facebook, o twitter e o quase finado Orkut
conseguem atrair milhares de jovens. Fico emocionado, feliz, eufórico, querendo
gritar, pular, dançar por saber que existem pessoas como você que se preocupam
com o futuro de seus alunos. Sobretudo aqueles que moram em nossos distritos.
Obrigado por escolher um autor regional, com histórias que vão muito além da
territorialização, para mostrar aos leitores, sobretudo os meus de Castelo
Novo, da Rua Napoleão Laureano, da Rua Nossa Senhora da Conceição, que podemos
ir longe, muito longe, apenas lendo. Obrigado, Tainara Batista, Maiana Dias,
Ariana Oliveira, Vanessa Ferreira, Gleice Kelly, Caline Batista, Jeciane
Oliveira, Daniela Leal, Brenda Cruz, Thaís de Oliveira, Alan de Jesus, Fabrini
Gomes por terem compartilhado comigo a alegria da escrita, o caminho da aventura
e a saída para a liberdade.
Ler é uma viagem. Até a próxima aventura.
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